quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Novo.

Quem nunca sentiu um friozinho na barriga, como se fosse pular de um trampolim ou escorregar em um tobogã? Aquele medo do que ainda não se conhece, do que está prestes a acontecer, uma ansiedade...
Eu só sei que daqui a pouco vou fechar meus olhos e me jogar.

Só espero que dê tudo certo =)



Feliz Ano Novo A Todos! =D

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Banalização (ou valor real das coisas)

Se tem uma coisa que me preocupa é a banalização. De tudo. Da vida. Da amizade. Das pessoas. Do sexo. Dos sentimentos.

No post "dois perdidos numa noite suja" disse que provavelmente voltaria a falar sobre brigas que se iniciavam por um motivo banal (quem nunca ficou minimamente chateado por uma besteira?). Bem, não são só as brigas que começam por motivos banais. Morando numa cidade que ainda carrega resquícios da cultura de pistolagem, me espanto com as justificativas que se ouve pela morte de alguém "se fulano foi assassinado, alguma ele aprontou". Não que eu seja a favor de qualquer coisa que a pessoa possa ter feito, mas estamos tratando de vidas! E, de qualquer forma, eu penso que um erro não justifica o outro. Sou contra a pena de morte. Penso que deve-se pensar mais na "recuperação" dos presos, de uma forma que eles possam se integrar à sociedade de uma forma saudável (o que provavelmente não conseguiram antes).

Temos que parar de pensar "ah, todo mundo faz isso", se algo é errado, não vai passar a ser certo por todos estarem errando juntos. Isso serve para muita coisa, desde pirataria até um pequeno furto ("ah, ninguém viu mesmo, né?") ou um grande desvio de dinheiro público.
Como queremos falar tão mal do governo se faríamos o mesmo se nos dessem poder,co que provamos ao acharmos normais as pequenas coisas erradas.

Me impressiono com a facilidade de "amar" e "desamar" que as pessoas têm. Eu acredito que podemos sentir um carinho por uma pessoa rapidamente, mas não acredito que alguém se apaixone perdidamente todo mês, muito menos passe a amar uma pessoa que nem conhece direito depois de um beijo numa festa. É triste o valor que as pessoas dão para o seu corpo (nisso incluo os homens, ô coisa que me irrita é falarem "isso não é bonito para uma garota" ah, por favor, não é bonito para ninguém!).

Não digo que a banalização é um fenômeno recente, pelo contrário, basta voltarmos um pouco na história (guerras, perseguições, Coliseu ...) para veremos o quanto já melhoramos. Mas ainda temos muito o que melhorar.

Temos que prestar bem mais atenção no real valor das coisas - seja um pequeno momento com uma pessoa querida ou seja uma vida inteira; seja alguma coisa que te chateou ou seja um beijo que foi bom.

Claro que temos que ter o cuidado para não levarmos tudo tão a sério, mas tem coisas que são REALMENTE importantes. ( E coisas que damos um valor bem maior do que deveríamos).

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Ida a Imperatriz

Como disse no post anterior, dia 22(12/2009) fui a Imperatriz, uma viagem rápida, chegamos dia 23(12/2009). Começamos com algo, no mínimo, diferente, minha irmã (6 anos) acordando cedo, apressando as coisas para sairmos logo de casa, se não bastasse isso ela se mantém animada durante no início da viagem, perguntando se estava perto de 5 em 5 min, sem contar com a balsa, q ela confundia com valsa. Sim, atravessamos o rio Araguaia, que separa o Pará do Tocantins, de balsa, infelizmente não tiramos nenhuma foto da viagem, mas achei essa na internet. Eu particularmente gosto muito de balsas, andei pela primeira vez quando fui pra Palmas com meu pai, ano passado, acho que tudo o que não fazemos sempre acaba tendo um gostinho especial, mas ver um rio de 1km é sempre muito bom. Quando passamos pelo rio Tocantins (1030m, salvo engano) foi por uma bela ponte que acabou de ser construída a relativamente pouco tempo e separa o Tocantins do Maranhão.
Nos últimos 30 km começou uma chuva forte, que se manteve, não tão forte, durante o primeiro dia inteiro. Fomos ao shopping e passamos a tarde no hotel, por causa da chuva, no início da noite demos uma volta pela cidade, fomos a uma praça, a praça da cultura, onde se apresentaram dois corais (que não vimos por que só eu queria esperar o início da apresentação) de lá fomos comer uma pizza (bem ruinzinha, por sinal) no shopping (minha irmã já ficou feliz só por ter visto o papai noel haoeuhoaeuh).
No outro dia fomos ao Freitas Park Aquático, foi muito bom, fazia tempo que eu não ia a um (muito tempo mesmo, na verdade não tenho ido nem a piscinas ou a praias). Acho que não preciso nem dizer o quanto minha irmã gostou, mas o fato é que eu e meu pai também adoramos! A mamãe também gostou muito, apesar de não ter ficado parecendo uma criança pelos brinquedos. Essas fotos não estão mostrando tudo, mas a parte onde ficamos boa parte do tempo foi essa. Um momento engraçado foi quando eu estava subindo em um toboágua menor, para "animar" a minha irmã e o salva-vidas apita pra me dizer que eu não poderia descer naquele - poxa, nem era tão pequeno assim! haouehaoueh
Acho que até poderia considerar essa uma viagem não muito boa, por causa da chuva e de um primeiro dia que não deu muito certo, mas acho que só passar um tempo com a família (mesmo que com alguma briga) é sempre bom.
Resumindo, saímos do Pará, passamos pelo Tocantins e visitamos Imperatriz, no Maranhão, distante 223 km da cidade onde moramos, Marabá.

ouvindo: Julieta Venegas, Acústico MTV


PS: Bom natal =)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Das Férias, ou seria das Aulas?, ou seria da vida?

Desde ontem consegui começar a fazer pequenas coisas que eu gosto muito, isso me fez pensar "cara, como eu gosto das férias!". Na verdade sinceramente não me lembro de, nas férias, desejar a volta das aulas (apesar de que, na época de volta as aulas gostar de ajeitar o material escolar, gosto muito de caderno, de papeis). Também me lembro de ter vontade de passar mais tempo na cidade que eu morava (viajar pra casa de avô e ficar em casa numa cidade onde eu não conhecia ninguém não era dos melhores programas pra mim) pra ficar fazendo essas pequenas coisas que se pode fazer em casa quando não precisamos ir ao colégio. /Na verdade a escola não é das melhores coisas na minha cabeça, acho que é um lugar onde há bullying demais, onde se molda demais, onde pode trazer mais problemas do que realmente facilitar a formação da personalidade da criança e onde nem sempre são encontrados profissionais preparados para receber e educar adequadamente (não digo isso contra o professor, mas contra a desvalorização dessa profissão que merece bem mais atenção).
Talvez eu tenha sentido isso mais por ter uma cabeça muito "fechada" durante o período letivo, eu sempre priorizei até demais a educação formal, o que é um grande erro - nunca conseguirão prender a educação dentro de muros. Que besta fui eu por não ter tentado pintar mais camisas, montar mais quebras-cabeça, escutado mais lp's, assistido mais filmes, lido mais livros, passado mais tempo com minha irmã - sempre dando a desculpa de que era momento de aula, como se não pudesse fazer nada divertido durante esse período (até por que seria mentira demais dizer que não fazia isso pra estudar, nunca passei muito do tempo estudando, mas é verdade que passava pouco tempo em casa durante o período letivo, sempre tinha natação/tae kwon do, inglês, essas coisinhas). A verdade é que isso não passa de desculpa, a vida é sempre questão de prioridades, eu priorizei o comodismo da escola.
Fico mais preocupada ainda com minhas escolhas quando paro pra pensar: "então eu não acho prazeroso ir pra universidade?" Assim, sempre falamos em fazer o que gostamos, mas será que isso é realmente possível? Eu acho que é muito bom fazermos do nosso trabalho algo agradável, mas também acho que devemos construir nossa personalidade independentemente dele, é importante mantermos nossas diversões que não se relacionam com ele. Mas organizar nosso tempo nem sempre é tão fácil. Me vejo perdendo tanto tempo com coisinhas que não me levam a nada (seria esse blog mais uma dessas coisas? - prefiro pensar que não, prefiro pensar nele como uma forma de tentar organizar e descobrir melhor minhas idéias).
De qualquer forma, acho que nas férias temos mais tempo para fazer as coisas que realmente gostamos, para se conhecer melhor - e por que não para conhecer melhor quem gostamos?.
Amanhã devo ir com meus pais e irmã para Imperatriz (ainda não conheço), para voltar no dia seguinte. Não vou dizer que estou super animada para ir, até por detestar essa falta de planejamento do meu pai, mas não acho arrumar a mochila uma coisa muito difícil, então vamos lá!

ouvindo: LP The Beatles 1967-1970


Penny Lane
Composição: Lennon / McCartney

Penny lane there is a barber showing photographs
Of every head he´s had the pleasure to have known
And all the people that come and go
Stop and say hello

On the corner is a banker with a motor car
The little children laugh at him behind his back
And the banker never wears a mac
In the pouring rain
Very strange

Penny lane is in my ears and in my eyes
There beneath the blue suburban skies
I sit and meanwhile back

In penny lane there is a fireman with an hourglass
And in his pocket is a portrait of the queen
He likes to keep his fire engine clean
It´s a clean machine

Penny lane is in my ears and in my eyes
A four of fish and finger pies
In summer, meanwhile back

Behind the shelter in the middle of the roundabout
The pretty nurse is selling poppies from a tray
And though she feels as if she´s in a play
She is anyway

Penny lane the barber shaves another customer
We see the banker sitting waiting for a trim
And then the fireman rushes in
From the pouring rain
Very strange

Penny lane is in my ears and in my eyes
There beneath the blue suburban skies
Penny lane is in my ears and in my eyes
There beneath the blue suburban skies
Penny lane

sábado, 19 de dezembro de 2009

Perdidos.

Se tem uma coisa triste nas idas e vindas da vida é a perda de contato. Ver uma pessoa e lembrar que um dia foram amigas, que um dia compartilharam segredos, passeios, tardes, estudo, risos... E ter dúvidas se a outra pessoa lembra, se também foi importante pra ela, se ainda poderiam se repetir os bons momentos ou se não conseguiriam nem assunto para uma conversa maior do que "oi/tudo bem?/como vai?". Pior é quando você vê aquela pessoa que tanto gostou e se pergunta se ela ainda existe. Mas nada pior do que questionar isso sobre si mesmo. Ainda me lembro de todas aquelas coisas boas que passaram? Ainda consigo ser divertida e confiar tanto em alguém? Nem sempre conseguimos nos perguntar isso, estamos perto demais para percebermos nossas mudanças e, se elas foram feitas, provavelmente gostamos delas, as mudanças estranhas e erradas sempre vemos nos outros.
Amigos, me digam como vocês estão, me digam o que vocês sentem, o que tem feito, todas as coisas inúteis e sem sentido que tem vontade de dizer e que me façam sentir que de alguma forma ainda faço parte da vida de vocês. Só não me digam que "não há nada, está tudo ok", por favor.
O amor nunca acaba. Não falo na forma de amor a dois, mas do amor fraterno (existe outra forma ou apenas confundimos tudo? - desejo, necessidade, dinheiro, um determinado estilo de vida, comodismo, sexo... Nada isso é amor, mesmo que sejam coisas que muita gente ama). Nós mudamos, os nossos caminhos e pensamentos podem mudar, mas os laços que fizemos não são tão frágeis - o valor que damos a eles é a parte instável das relações.

Abraços =)

P.S: Parabéns renan d= haoeuhaoue
P.S2: Viagem para São Luis?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A essência

Algo que me questiono muito é sobre a essência de cada pessoa, aquela parte tão dela que não vai mudar, mesmo que possamos dizer que "nada será como antes amanhã" para todo o resto.

Quero descobrir qual é a minha, quero derramá-la em mim.


Claro que sou uma "metamorfose ambulante", acredito que a cada momento mudamos um pouquinho e que caminhamos numa evolução, mesmo que mais lentamente ou até paremos em algum momento.
Acho lindo o fato de que deixamos sempre um pouquinho da gente nos outros, bem como levamos um pouquinho dos outros na gente. =)


P.S.: Férias começaram HOJE! =D

sábado, 12 de dezembro de 2009

Da saudade

Eu tenho medo da saudade.
Acho que a tendência é pensarmos que as coisas foram melhores do que o que realmente foram, logo, lembranças são muito perigosas.

Prefiro acreditar que a saudade é uma dorzinha boa e que podemos conviver com ela numa sensação de satisfação pelo que foi feito - sem necessariamente achar que sempre fizemos o melhor, conseguindo ver nossos erros sem querer repeti-los por orgulho.

Tenho medo da saudade do que não foi. Medo de esperar demais pelo que pode nunca acontecer de pensar mais do que fazer.

"No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
pensando nós dois."
Lenine - O Último Pôr do Sol



Mas se querem saber a verdade, eu sou feliz por ter do que sentir saudade.
Mais ainda, eu gosto da minha saudade futura, de apostar que algo pode dar certo, que um dia pode acontecer. mesmo sabendo que eu posso simplesmente ter me enganado.



Ouvindo: (Vinil) Ópera do Malandro, de Chico Buarque

Pedaço de mim
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Leva os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Dois Perdidos Numa Noite Suja


Na última terça-feira (dia 01/12) assisti à peça Dois Perdidos Numa Noite Suja, ela mostra uma realidade que não é das mais agradáveis de se ver. O forte texto de Plínio Marcos interpretado por André Gonçalves e Freddy Ribeiro.
Os dois personagens dividem um quarto de pensão, cenário da peça, ambos trabalham como carregadores no mercado. Tonho (Freddy R.) culpa toda infelicidade de sua vida à falta de um sapato que preste, o que Paco (André G.) tem, mas não empresta. Daí gostaria de destacar: a falta de confiança, Paco não confia seu par de sapatos nem ao seu colega de quarto; a importância tão grande que damos a certas coisas, para Tonho, todos o olhavam com maus olhos por causa de seus sapatos rotos; como brigas são desencadeadas por motivos banais (acho que escreverei mais sobre isso em um futuro post), os personagens brigam por causa de um par de sapatos. Sem contar o óbvio, o quanto coisas básicas como um par de sapatos são inacessíveis para muita gente.
O grande desejo de Paco é uma flauta, o que tocava, até perder a sua em uma noite, provavelmente depois de muita bebida. Para voltar a ser um artista tenta aprender a tocar gaita, o que incomoda Tonho, que quer dormir.
Me chamou atenção o fato de que a desgraça é tão banalizada que torna-se cômica.
A peça retrata uma realidade agressiva, violenta, pesada, marginal.

Fiquei muito feliz com a vinda de uma peça boa como essa, o cine teatro de Marabá (cine Marrocos) não é muito movimentado, espero que isso seja só o início de uma melhora no teatro daqui.

A peça também foi adaptada para o cinema, mais recentemente numa versão com Roberto Bomtempo e Débora Falabella.

"O teatro só faz sentido quando é uma tribuna livre onde se pode discutir até as últimas consequencias os problemas dos homens"
Plínio Marcos
"A arte é uma magia a gente aprende mas ninguém ensina"
Idem


Ouvindo: Chico Buarque, Álbum: Carioca

Subúrbio - Chico Buarque

Não tem verde-azuis
Não tem frescura nem atrevimento
Lá não figura no mapa
No avesso da montanha, é labirinto
É contra-senha, é cara a tapa
Fala, Penha
Fala, Irajá
Fala, Olaria
Fala, Acari, Vigário Geral
Fala, Piedade
Casas sem cor
Ruas de pó, cidade
Que não se pinta
Que é sem vaidade

Vai, faz ouvir os acordes do choro-canção
Traz as cabrochas e a roda de samba
Dança teu funk, o rock, forró, pagode, reggae
Teu hip-hop
Fala na língua do rap
Desbanca a outra
A tal que abusa
De ser tão maravilhosa

Lá não tem moças douradas
Expostas, andam nus
Pelas quebradas teus exus
Não tem turistas
Não sai foto nas revistas
Lá tem Jesus
E está de costas
Fala, Maré
Fala, Madureira
Fala, Pavuna
Fala, Inhaúma
Cordovil, Pilares
Espalha a tua voz
Nos arredores
Carrega a tua cruz
E os teus tambores

Vai, faz ouvir os acordes do choro-canção
Traz as cabrochas e a roda de samba
Dança teu funk, o rock, forró, pagode, reggae
Teu hip-hop
Fala na língua do rap
Fala no pé
Dá uma idéia
Naquela que te sombreia

Lá não tem claro-escuro
A luz é dura
A chapa é quente
Que futuro tem
Aquela gente toda
Perdido em ti
Eu ando em roda
É pau, é pedra
É fim de linha
É lenha, é fogo, é foda

Fala, Penha
Fala, Irajá
Fala, Encantado, Bangu
Fala, Realengo...

Fala, Maré
Fala, Madureira
Fala, Meriti, Nova Iguaçu
Fala, Paciência...